sábado, 1 de abril de 2017

Bem vinda Ana Teresa!

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Bem vinda, Ana Teresa!
Trazes o nome das avós e das bisas. Espero que lhes herdes também o espírito aguerrido de mulheres afoitas. Que criaram filhos, burilaram negócios e empreenderam vidas com a mesma mestria com que fritaram pataniscas e rabanadas ou mexeram marmelada e aletria.
Tiveste muita sorte em vir a este mundo nos braços desta família.
Tu ainda não abriste os olhitos muito bem, mas quando o fizeres, verás.

Tens um mano cheio de pinta.
É fixolas, sabe montes de coisas, toca um instrumento maior do que ele próprio e é óptimo a jogar um jogo com umas peças em cima de um tabuleiro axadrezado! Além do mais, é bem educado e meiguinho e diz umas coisas que deixam toda a gente a rir. O teu mano é mesmo fixe. Vai-te ensinar montes de cenas, mas muitas não podes contar aos pais, é assim entre manos... segredos, tás a ver? Depois tu chegas lá! 
Para já, para já, decora bem o nome dele: Miguel.
O teu ponto de referência, o teu maior amigo, o teu protector para sempre. 
Também vai dar jeito como motorista, daqui por dez anos, quando ele já tiver carta e tu quiseres ir ao ballet. Depois a tia Marta explica-te como é que fazes para conseguires tudo o que queres. Se bem que, se tiveres nascido com a vozinha da tua mãe nem precisas de te esforçar muito... o mano vai ceder, independentemente das tuas palavras, só para não te ouvir!
(Com o pai não é preciso. Serás a daddy's little girl! Vais conseguir fazer dele o que desejares sem eu te dar dica nenhuma!!!)

O teu pai... bem o teu pai vai ser o teu herói. 
Vais ler nos olhos dele o mundo!
Ao fixá-lo nos olhos, vais reparar como ele vê o mundo de olhos bem abertos e postos no outro. Aprende isso com ele. A olhar com um olhar que acredita nas pessoas e, por isso, as faz acreditar em si próprias. 
Vais ter orgulho no teu pai por muitas razões! Ele tem braços fortes de escalar montanhas e uma mente ainda mais forte de puxar por esses braços sem nunca desistir. No fundo desses braços, que vais conhecer como colinho quentinho e meigo, tem duas mãos talentosas, que desenham, rabiscam, dedilham cordas de viola e manipulam fios de robots. O teu pai também está equipado com dois ouvidos de bem escutar, embora possa ter havido danos na convivência com a estridência da tua mãe. Mas não faz mal, sabes porquê? Porque ele escuta com o coração. Por isso, vai escutar-te sempre. Até nos teus silêncios. Particularmente nesses.

A tua mãe!
A tua mãe, vais ver! Vais ver, vais cheirar, vais mamar, vais sentir... 
A tua mãe é toda ela colo e vai sê-lo sempre, mesmo quando já lá não couberes!
A tua mãe é uma pessoa especial que vê o mundo em esquadria, mas que o aprecia de todos os ângulos, formas, tamanhos e perspectivas. A mãe pinta bem. Na tela, no computador e na vida. Usa sempre vários tons e cores. É boa a equilibrar a palete de cores. Na arte, como na vida. Vais aprender tudo isto com ela: a colorir a vida, a vê-la de vários prismas, a  balançar isso tudo.
A tua mãe tem um coração grande e cabe lá muita gente e, às vezes, vai parecer que não cabe o mundo todo onde a mãe o quer meter. Por exemplo, a mãe vai querer juntar metade da cidade de Braga e mais uns amigos de Lisboa, todos numa mesma festa, seja qual for o espaço de que dispõe. É perita em "meter a Sé na Cividade", chama-se boa vontade, generosidade e alegria de viver.
A mãe gosta de pessoas e de sair e de passear, por isso vais ter sorte, não vais ser pinto de aviário, vais sair e explorar - parques, jardins, praias e montanhas; vais ser livre e feliz! Também gosta de viajar e de sítios novos; portanto vais ser arejada de espaços e ideias e vais aceitar as diferenças e ser tolerante e, por isso, feliz!

Por último: Ouve as piadas subtis do teu pai e a gargalhada fresca da tua mãe.
Grava isso em ti como um refrão.
Responde com ele pela vida fora.

Bem vinda, Ana Teresa!
Deus te abençoe!

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