em apontamentos jornalísticos
crónicas
e testemunhos
vai-se dando conta ao público comum
dos esforços que os professores têm feito
para acompanhar esta reviravolta
e dar resposta, da melhor forma possível,
às necessidades deste novo desafio,
que é, sem fase intermédia,
sem preparação prévia
(passando o pleonasmo)
sem rede,
sem fase de adaptação e testagem
o gigantesco salto para um ensino à distância.
O ensino é virtual,
o esforço é, de facto, real.
Claro que, como na vida real - barra física, presencial
há profissionais e profissionais;
há os bons, os excelentes, os baldas, os medíocres e os assim assim.
Aqui em casa, por exemplo, tenho:
um filho (7ºano) atolado de aulas síncronas,
a cumprir (penar?) um horário quase em absoluto semelhante ao original,
ou seja, de rabinho sentado em frente ao computador das nove da manhã à uma da tarde;
plus telescola, plus trabalho autónomo, plus trabalhos de casa, plus estudar
e uma filha (4ºano) abandonada ao sabor do vento
que lhe corre de feição
em pinturas e construções sem fim de edifícios em lego,
uma vez que a colega se evaporou na rede,
quer dizer,
tornou-se tão virtual
que não dá nenhuma indicação real.
É que "como alguns alunos não têm computador..."
E depois há os exemplos dos professores extraordinários,
que, como todos sabemos, não se medem ao quilo de fichas e fichinhas,
nem com a régua do domínio das tecnologias,
nem com a bitola das grelhas, gráficos e burocracias todas aparadinhas e formatadas ao milímetro.
Os professores extraordinários
e eu conheço tantos!
trabalham fora de horas
escutam com os ouvidos e o coração
põem-se no lugar dos miúdos
estão sempre disponíveis para eles
sentiram-lhes e sentem-lhes a falta
dedicam-se muito para lá do seu dever profissional.
Felizmente, porque isso me faz brilhar os olhos
porque isso é das coisas que esta maldita pandemia nos trouxe,
(o reconhecermos nos outros a nossa completude)
felizmente estou rodeada de muitos.
Inspiram-me
e fazem-me renovar a fé na humanidade.
Alguém que arregaçou as mangas e desencantou um computador para uma aluna que o não tinha.
E não de uma forma simples e imediata, tipo, tenho cá este a mais em casa, está velho, vou dispensar.
Não. Seria válido, na mesma, o gesto altruísta.
Mas deu mais voltas.
Contactou uma empresa, explicou o caso, percebeu que um apoio institucional poderia, eventualmente, acontecer, mas pecaria, certamente, por tardio. Por conseguinte, agiu. E arranjou ajudas e soluções, onde outros só veriam entraves. Resolveu.
Este, a meu ver, é dos extraordinários e merece a minha homenagem.
Bem hajas!
grandes verdades!
ResponderEliminarLoveYa! <3
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