isso é Impulse!
Como ditava o mítico anúncio ao desodorizante, nos anos 80.
Mas e se for UM LIVRO?
Digo-vos,
é indubitavelmente surpreendente
e até algo embaraçoso receber um livro de um desconhecido.
A mim,
claro,
como a minha vida dava um filme,
já me aconteceu!
Quando cá chegámos, no ano passado, claro que inscrevemos o Pedro no futebol e a Maria ainda deambulou por umas experiências, mas rapidamente quis voltar a nadar, pelo que começou a frequentar a natação.
Quer nas bancadas do estádio,
quer no hall de entrada das piscinas municipais,
quer nos bares de ambos espaços,
passei
(e passo)
largas horas de espera... a ler.
Leio romances inteiros durante os treinos deles, mais do que em Bragança, onde já conhecia as outras mães e sempre dava duas de treta.
Aqui,
como sou forasteira,
largo-os à hora do treino e leio até após os duches!A dois treinos por semana cada um, eram dezasseis horas por mês a ler.
(Este ano mais, porque o Pedro treina à segunda, quarta e sexta!)
De maneiras que, certo dia, uma senhora que por ali esperava também numa cadeira, no hall de entrada da piscina, e com quem nunca tinha trocado mais que um educado boa tarde semanal, estendeu-me um embrulho, dirigiu-me a palavra e disse:
"É para si! Sei que vai gostar! Gosta tanto de ler!"
Eu fiquei tão sem jeito, tão envergonhada, que me faltavam as palavras, os gestos - agradecer, dar um beijinho? - foi o que acabei por fazer, meia atrapalhada.
"Para mim? Mas... porquê? Não precisava!!!!!"
"Porque eu quero, porque sei que a vai fazer feliz!"
Eu, ainda embaraçada, com aquilo na mão, que não, que não, que não havia necessidade.
"Abra! Vai lê-lo à menina, de certeza que vão passar bons momentos juntas!"
Desconcertante!
Abri e era um livro infantil.
Ao fazer que folheava (que eu nem estava a ver nada à minha frente), caiu-me de lá uma oração.
"Penso que isto lhe pertence, vinha no meio!"
E ela, com um ar cândido e plácido:
"Para si, minha querida, tudo o que aí vai lhe está destinado e há-de ser-lhe útil!"
Agora, ao escrever,
apetecia-me gozar com a situação...
dizer que tive medo desta evangelização subtil
ou deste engate descarado (??!!!)
ou que duvidei da sanidade mental da senhora
- não, não era idosa: quarentona, loira, olho claro, sorriso grande!
(Pelo sim, pelo não - vá de retro vudu . nunca mais abri o cartapácio!!!)
Mas, não!
Vamos ficar com o romantismo desta nota positiva, que reforçou a minha crença na humanidade:
Ao fazer que folheava (que eu nem estava a ver nada à minha frente), caiu-me de lá uma oração.
"Penso que isto lhe pertence, vinha no meio!"
E ela, com um ar cândido e plácido:
"Para si, minha querida, tudo o que aí vai lhe está destinado e há-de ser-lhe útil!"
Agora, ao escrever,
apetecia-me gozar com a situação...
dizer que tive medo desta evangelização subtil
ou deste engate descarado (??!!!)
ou que duvidei da sanidade mental da senhora
- não, não era idosa: quarentona, loira, olho claro, sorriso grande!
(Pelo sim, pelo não - vá de retro vudu . nunca mais abri o cartapácio!!!)
Mas, não!
Vamos ficar com o romantismo desta nota positiva, que reforçou a minha crença na humanidade:
Que uma desconhecida me ofereceu um livro por me ver ler e para me fazer feliz!
O mundo é ou não é uma caixinha de surpresas?
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