Hoje fui a uma palestra sobre Integração Sensorial no Contexto Educativo.
Foi extraordinariamente pertinente e enriquecedora.
Conceitos bem definidos, exemplos e muitas ideias práticas para a sala de aula.
Considero que este tema deveria ter maior notoriedade e parece-me incrível que esteja ausente dos currículos de formação de professores e educadores actuais.
Eu fiz dois cursos via ensino e precisei de ser mãe e andar a navegar na net para ouvir primeiramente o conceito. Muitos professores ainda têm apenas conhecimento dos cinco sentidos tradicionalmente ensinados na escola, nunca ouviram falar do propriopercetivo nem do vestibular e estão a anos luz do entendimento que disfunções a esses níveis podem ter nos seres humanos que têm à frente nas salas de aula.
Escreverei um post mais alargado sobre isto, um dia destes.
Por hoje, o conceito básico: há meninos a quem um sistema de processamento sensorial desregulado altera a vivência e a percepção do mundo real. Os estímulos sensoriais à sua volta (cheiros, ruídos, cores, movimentos, sons) emitem sinais poderosos, não processados, que funcionam como uma agressão.
Estar numa sala com mais vinte e tal crianças, nestes casos, é um desafio evidente. Estar sentado, focar-se, copiar do quadro, escrever em cima de uma linha (entre muitas práticas escolares) é um contexto muitíssimo exigente.
Como profissionais não poderemos, talvez, fazer muito quanto à organização dos espaços e mobiliários facultadores da estabilidade destas crianças. Porém, a nossa consciencialização para estas questões pode, por exemplo fazer-nos ser mais empáticos com a Sarinha que rói tudo o que é borracha e lápis ou com o Miguelito que se senta com as pernas em W. Pode haver uma razão sensorial - fisiológica- para este tipo de comportamentos, que, até agora, sancionávamos como desajustes comportamentais. Tomar consciência, ajudar-nos-á mudar a perspectiva de punir para ajudar.
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