É daquelas coisas que a gente lê de soslaio no Facebook, quando anda com o dedinho scroll down, scroll, scroll página abaixo.
Eu já tinha lido algures que uma qualquer celebridade excêntrica tinha a paranóia o hábito de abraçar árvores e alegava vir daí o seu bem estar interior.
Essa informação ficou algures perdida no meu disco rígido e foi este ano, no Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, que me surgiu o ímpeto de abraçar uma daquelas bem espessas, com um diâmetro impossível de abarcar.
Depois de abraçar uma, apetecia a floresta inteira.
Eu e os meus filhos lá andamos a enlaçar troncos, a fazer festas e a sentir uma miríade de texturas e de cheiros: dos líquenes, dos musgos, da cortiça, das arestas, do verde, do oxigénio, da madeira, da seiva...
A verdade é que aquele gesto me fez sentir tão bem - deve ser da idade, célebre não sou, devo estar a ficar excêntrica!
Que as árvores nos fazem bem, que oxigenam o nosso ambiente e tudo isso, eu já sabia.
Agora, que efectivamente podem mudar o nosso estado de espírito, as energias (ou seja lá o que for) - foi novidade.
A mim, fez-me sorrir. Senti-me muito bem, assim naquele enleio, no colo de um ser que já habitava esta terra muito antes de eu nascer, naqueles jardins de serenatas, amores, noites de boémia e tardes de estudo.
Este verão, o pulmão da terra está a arder.
E, de repente, o meu cérebro juntou estas duas imagens:
o abraço do grande carvalho e a Amazónia a arder.
Parece-me que a insanidade maior é esta última, não a primeira.
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