sábado, 17 de junho de 2017

Festival Literário de Bragança


Banner 740x410 01 1 720 1000 

Em primeiríssimo lugar, louvar a iniciativa; ponto final.

Programa aqui.

Estive no curso "Literatura e Imaginação", com Gonçalo M. Tavares; um exercício interessante e gratuito. Um privilégio, portanto.

Por mais que pareça infrutífero e dispendioso apostar em eventos culturais deste calibre, que depois parecem não corresponder ao nível das plateias semi vazias; há ter em conta que:
1) a captação de públicos leva tempo a sedimentar-se;
2) festivais literários sempre foram e sempre serão eventos para um nicho bem definido e, regra geral, restrito.
Por tudo isso, organizadores, pessoas a cargo, entidades impulsionadoras e patrocínios... há que insistir. 

Críticas... aos de fora.
Senhores escritores e senhoras escritoras pagos-para-cá-virem, convidados, não generalizando (porque não foram todos), mas também não particularizando a questão:
NÃO vos fica bem desdenharem da cidade-hospitaleira, gracejarem num tom jocoso-condescendente que "Do Tejo para cima não conhecem nada..." ou terem perguntado "Como é que eu vou para aí?"; apetece responder venha de barco, ou a nado, ou se achar cansativo venha de burro, que ainda é o nosso único meio de transporte.
Lamento, mas não vos fica bem. Eu, que até nem sou de cá, e me considero uma mente arejada e viajada, desgostei desse cosmopolitismo balofo, a roçar o verdadeiro provincianismo. Vieram falar-nos das grandes viagens que fizeram para se "inspirarem" para escrever e demonstraram um profundo desconhecimento do nosso país, o que me parece uma afronta à própria Portugalidade que vieram defender.
Enfim, será percepção minha. Acredito que a humildade é virtude dos mais sábios. E acredito que a verdadeira literatura é universal. Por isso pode ter raízes numa tribo primitiva num qualquer ilhéu recôndito do mundo, ou na vizinha do 5ºesquerdo, ou no Afeganistão ou em Freixo-de-Espada-à-Cinta. A essência humana com que labora a arte é semelhante no mundo inteiro.

Destaco Inês Pedrosa. Simplicidade e larga experiência não só como escritora e jornalista, mas como pessoana e directora da Casa de Pessoa. Uma conversa aprazível, despretensiosa e rica, a fechar com chave de ouro este certame.

Parabéns pela iniciativa!

Sem comentários:

Enviar um comentário